segunda-feira, 31 de março de 2008

Friedrich Nietzsche


O existencialismo afirma o primado da existência sobre a essência, segundo a célebre definição de Sartre: "A existência precede a essência." Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja definido de maneira alguma. A palavra "existencialismo" vem de "existência". Sartre, após ter feito estudos sobre fenomenologia na Alemanha, cria o termo utilizando a palavra francesa "existence" como tradução da palavra alemã "Dasein", termo empregado por Heidegger em Ser e tempo.
"Sem música, a vida seria um erro."
"O idealista é incorrigível: se é expulso do seu céu, faz um ideal do seu inferno."
"Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos."
"Quanto mais me elevo, menor eu pareço aos olhos de quem não sabe voar."
"Aquilo que não me destrói fortalece-me"
"A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade."
"A diferença fundamental entre as duas religiões da decadência: o budismo não promete, mas assegura. O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada."
"O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade, por ter desprezado o Corpo."

"Em qualquer lugar onde encontro uma criatura viva, encontro desejo de poder."
"Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? - Vitória!"
Nietzsche não pode ser compreendido por meia dúzia de frases fora de contexto. Compreendê-lo significa conhecer o que ele conheceu em 3000 anos de história e comportamento humano, através de seus estudos teológicos, filológicos, filosóficos, históricos e de Ciências Naturais. Compreendê-lo significa estar disposto a despojar-se de dogmas, transvalorizar todos os valores e caminhar pari-passu com ele, Nietzsche, ou se preferirem, com Zaratustra.
Longe de ser um escritor de simples aforismas, era ele um grande estilista da língua alemã, como o prova Assim Falou Zaratustra, livro que ainda hoje é de dificílima compreensão estilística e conceitual. Muito pode ser compreendido na obra de Nietzsche como exercício de pesquisa filológica, no qual unem-se palavras que não poderiam estar próximas ("Nascer póstumo"; "Deus Morreu", "delicadamente mal-educado", etc...).
Seus profundos conhecimentos da religião em seus diversos "sabores" levaram-no a teses, dificilmente refutáveis, mas extremamente incômodas aos conservadores de hoje e de antanho. Alçado à condição de filósofo por sua imensa capacidade de pensar o ser humano (se auto-definia como um "velho psicólogo", quando ainda não se falava em psicologia), entrou no limbo da filosofia. Os estudiosos de filosofia e os cursos atuais costumam saltar de Kant para Bertrand Russell, sem deter-se no hermetismo textual e conceitual de Nietzsche, que já se declarava alguém que "nasceu póstumo" em sua auto-biografia "Ecce Homo".

Nenhum comentário: