terça-feira, 8 de abril de 2008

Che Guevara

Che Guevara (esq.) e Fidel Castro, líderes da Revolução Cubana, em 1960






Apesar do reduzido tamanho (110.860 quilômetros quadrados, pouco maior do que o Estado de Pernambuco) e dos problemas internos da ilha, Fidel, auxiliado por Che Guevara (foto), ousou conduzir o país a assumir papel relevante na geopolítica mundial, para além da estética revolucionária descrita pelo historiador britânico Eric Hobsbawn no livro 'A era dos extremos': "nenhuma revolução poderia ter sido mais bem projetada para atrair a esquerda do hemisfério ocidental e dos países desenvolvidos, no fim de uma década de conservadorismo global. A revolução cubana era tudo: romance, heroísmo nas montanhas, ex-líderes estudantis com a desprendida generosidade de sua juventude -os mais velhos mal tinham passado dos trinta-, um povo exultante, num paraíso turístico tropical pulsando com os ritmos da rumba. O exemplo de Fidel inspirou os intelectuais militantes armados em toda parte da América Latina, um continente de gente ligeira no gatilho e com gosto pela bravura desprendida, sobretudo em posturas heróicas".







De fato, Fidel e seus "companheiros" não se contentaram em implementar o socialismo em Cuba. Na África, ajudaram a Argélia em seu movimento de independência da França e contra uma invasão marroquina patrocinada pelos EUA. Enviaram também tropas para Congo (inclusive Ernesto "Che" Guevara), El Salvador, Guatemala, Bolívia (onde "Che" foi executado), Nicarágua e Namíbia -de forma geral, nestes países, os cubanos auxiliavam na preparação de equipes, enviavam instrutores e médicos, e davam ajuda material.










Foto da década de 60 mostra Fidel Castro com o guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara






A interferência mais marcante de Cuba deu-se em Angola. Em 1975, Fidel enviou 480 instrutores militares e mais 36 mil homens (segundo ele, todos voluntários) além de aviões MIG soviéticos para a "Operação Carlota", que obteve sucesso: em 11 de novembro, com ajuda decisiva das tropas cubanas -e sem auxílio da URSS-, Angola declarou a independência de Portugal.Em 1987, novamente Cuba intercedeu em favor da ex-colônia portuguesa, ameaçada por uma invasão sul-africana. Raciocinando que "uma derrota ali poria em risco a Revolução", Fidel enviou 55 mil soldados, tanques de guerra e aviões, expulsando os invasores. "No total, nessas operações em Angola, participaram mais de 300 mil soldados e 50 mil colaboradores civis. Foram 2077 os cubanos mortos", diz.

Além disso, Cuba treinou militarmente jovens latino-americanos que pretendiam partir para a guerrilha -inclusive brasileiros à época do regime militar. Os estrangeiros hospedavam-se na ilha subsidiados pelo governo cubano e recebiam todo tipo de ajuda possível, sob a convicção que permeou as declarações e pautou as ações de Fidel, Che e outros líderes da revolução desde seu início: era necessário lutar contra a opressão e a pobreza em toda a América Latina.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/especial/2008/cuba/cubasobfidel.jhtm

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